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terça-feira, 10 de julho de 2012

Reminiscências

São estruturadas no lobo
Das instâncias habituadas
Insistem em declarar-se
Memórias que falo...

As eidéticas são felizes
Lá no límbico de si
Passa longe esquecimento
Um automático desejo

Guardar é desambiguar
Situação cognitiva
Do amor seletor
Prazo, prazo, prazo

Às vezes uma carga
Boa de sentir
Remete pois alegria
O passado dura mais 




sexta-feira, 29 de junho de 2012

Compondo Uma Saudade

Estou diante do ser que vive
Vive querendo seu dono
Que esqueceu de vir buscá-lo
Diante daquele amor

Vinho no lugar do beijo
De desejo fotos reais
Meus pesos viram choro
E confiança no barbante

Nada consegue acabar
Todo dia ressurge ela
Não tem hora marcada
Esqueço de mim a esperar

Segredos? Não para ela
Ela sabe dos lamentos
Aqueles escondidos
Mas já desvirginados



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Falsa Sanha


Busco não ser reticencioso  
Mas nem começo nem termino
Pelo caminho algum enlevo
De meias verdades que se crê

Busco encarar-me, visto que
De mim que por mim seria
Recém ficção tão esculpida  
Impulso instintivo fica parco

Busco concentrar no empíreo
Para esquivar-me do desespero  
Vendo tal hostil caracterização
Sei que será somente o refugo

Busco não eivar de lágrimas
Quando sinto a falsa sanha
Porque acredito em demasia
Torna-se figurada com o amor


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Consequências do Perispírito

Estou num estado letárgico de realidade introspectiva. Cheguei num ponto onde meu fluxo jorra diante de mim como alagamento. Tudo o que eu passei com você virou uma lembrança cheia de vontades e domínios. Criou-se um sentimento que tem insistido em me levar até você. Tenho dificuldades de aceitar muitos de seus defeitos, os que causaram raiva, por isso te crio e recrio na mente, mas a vida continua a mesma. Quisera eu poder transformar o que me impede de vincular-me, de poder manter minha presença sem precisar pressionar. Admito estar fraco em assistir o desfazimento, o ceifar de “tantos tantos”. Relutar parece ceder à cova que mesmo criei.
Bate um imenso desejo de sedimentar nossos elos e percolar as distâncias, que de tão soltas pouco se tocam. Como é difícil ver as correspondências ficarem pelo caminho, jogadas ao sabor e a sorte delas mesmas. As dificuldades nos levaram a um percurso de transição dolorosa, as alegrias vêm pontuais e de intensidade violenta. Palpita coração, balançam as entranhas quando forma sua imagem.
Tentar entender o outro é tarefa que poderia ser dada ao criminoso mais hediondo, grande é o enigma de perceber o coração. Um ditado diz ser inatingível, eu já caí, me debrucei e nadei em várias de suas veias. Seria muito ambicioso querer saber tudo, creio que o essencial conhecer é aquele bastante para sem dizer nenhuma palavra exercer um comando oculto e subliminar, mesmo que de corpos distantes, você sente a água do outro.
Existe a magia de fascinar meu ego e o dom de amaciar minha carne. Este já seria motivo suficiente para eu nunca mais esquecer, você extrai o melhor de mim quando sem cerimônia fica como numa terapia diz sua alma, pestaneja sua dor e fagulha a felicidade, muitos nem no barato de alguma substância conseguiriam fazer isso.
O amor vai sempre renascer em várias formas, e quando ouvir a música pode ser sem os óculos mesmo.



domingo, 1 de abril de 2012

O Copo Está Vazio


Afeiçoei-me pelo belo drink
Da rainha da noite vi fases
Virada no céu de Março
Enchi várias vezes a tulipa

Nossos corpos riam para nós
Paralisamos-nos para admirar
A câmara escura dos segredos
Vinha pela fala singela do olhar

Como poeta já vinha dizendo
Do encontro surge desencontro
E se oposto pode se atrair...
Uma verdade saliente

Não existe segunda dose
Por que o álcool evaporou
O combustível da paixão
Traz lábios em madrugada 





Desígnio


Saibros que dão travessias
Fruto d’uma quase covardia
Escolhas que esvaecem a flor
Desvalidam os perfumes...

Vivo uma eleição sem partido
Há preferência, mas não opção  
Sigo carregado pelos espinhos
Da mesma fina flor hermosa  

Baú de saudade exprimida
De uma vida tida, episódio
Sem alguma resistência houve
E por um capricho é deixada

Agora me elejo rei de mim
Vou ditar as escolhas assim
Pior quando elas te escolhem
E sua defesa de destino toma-se


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Espaço de um monólogo triste


Tréplica tirada da sutil cicatriz
Da aventurança de uma borrasca
Que rápido retesei do olho à praia
Desmaio nesta comoção ilícita

Alívio parco por burra felicidade
Buscava casto, produzir esse amor
Que das penumbras vinham maçãs
Condimento doce de raízes duras

Um marouço veio palpitar coração
Destoa do que ele próprio foi e é
Mas quis mesmo assim imaginar
Como simular numa arena enluarada
  
Adentro a mim neste fiel recinto
Quase só meu se não fosse você
Dá uma catarse, uma vil exibição
Vê-se descompasso, um espaço


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Inesperada Artesania


Vento sopra descomedido frio
Uma antemanhã quase solene
Com amigos descontração tida
Vazia rua de tenra companhia

Abraço inerme vindo do sopro
Retocam a cor rubra dupla tez
Memória rápida acomoda-se
Platéia se admira, as estrelas!

À vontade saio lindo do casulo
Alguém em algum espaço o fez
Borboleta que eu posso consistir
Das asas tela para o pintor usar

Sensual e almiscarado segundo
Ação furtiva de comedimento
Eu fui embora e o lepidóptero?
Seguindo o vento permaneceu


sábado, 21 de janeiro de 2012

Conspiração do Querer


Sonho ao báratro arrastado
Junto do ausente sucumbe  
Lambem o âmago as lágrimas
Sentimento vem extasiar

Eu sem pronome chora
Dilapidado olhar retrai
O adverso finjo perceber
Sol demais para cegueira

Inclinada posteridade
Uma Pisa que não cai
Bases de clemência grande
Amor segue além-mundo

Percola levando existência
Chuva que ablui o ninho
Pé sem perspectiva deixa
Esse corpo para o inesperado