Pesquisar neste blog

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Consequências do Perispírito

Estou num estado letárgico de realidade introspectiva. Cheguei num ponto onde meu fluxo jorra diante de mim como alagamento. Tudo o que eu passei com você virou uma lembrança cheia de vontades e domínios. Criou-se um sentimento que tem insistido em me levar até você. Tenho dificuldades de aceitar muitos de seus defeitos, os que causaram raiva, por isso te crio e recrio na mente, mas a vida continua a mesma. Quisera eu poder transformar o que me impede de vincular-me, de poder manter minha presença sem precisar pressionar. Admito estar fraco em assistir o desfazimento, o ceifar de “tantos tantos”. Relutar parece ceder à cova que mesmo criei.
Bate um imenso desejo de sedimentar nossos elos e percolar as distâncias, que de tão soltas pouco se tocam. Como é difícil ver as correspondências ficarem pelo caminho, jogadas ao sabor e a sorte delas mesmas. As dificuldades nos levaram a um percurso de transição dolorosa, as alegrias vêm pontuais e de intensidade violenta. Palpita coração, balançam as entranhas quando forma sua imagem.
Tentar entender o outro é tarefa que poderia ser dada ao criminoso mais hediondo, grande é o enigma de perceber o coração. Um ditado diz ser inatingível, eu já caí, me debrucei e nadei em várias de suas veias. Seria muito ambicioso querer saber tudo, creio que o essencial conhecer é aquele bastante para sem dizer nenhuma palavra exercer um comando oculto e subliminar, mesmo que de corpos distantes, você sente a água do outro.
Existe a magia de fascinar meu ego e o dom de amaciar minha carne. Este já seria motivo suficiente para eu nunca mais esquecer, você extrai o melhor de mim quando sem cerimônia fica como numa terapia diz sua alma, pestaneja sua dor e fagulha a felicidade, muitos nem no barato de alguma substância conseguiriam fazer isso.
O amor vai sempre renascer em várias formas, e quando ouvir a música pode ser sem os óculos mesmo.



domingo, 1 de abril de 2012

O Copo Está Vazio


Afeiçoei-me pelo belo drink
Da rainha da noite vi fases
Virada no céu de Março
Enchi várias vezes a tulipa

Nossos corpos riam para nós
Paralisamos-nos para admirar
A câmara escura dos segredos
Vinha pela fala singela do olhar

Como poeta já vinha dizendo
Do encontro surge desencontro
E se oposto pode se atrair...
Uma verdade saliente

Não existe segunda dose
Por que o álcool evaporou
O combustível da paixão
Traz lábios em madrugada 





Desígnio


Saibros que dão travessias
Fruto d’uma quase covardia
Escolhas que esvaecem a flor
Desvalidam os perfumes...

Vivo uma eleição sem partido
Há preferência, mas não opção  
Sigo carregado pelos espinhos
Da mesma fina flor hermosa  

Baú de saudade exprimida
De uma vida tida, episódio
Sem alguma resistência houve
E por um capricho é deixada

Agora me elejo rei de mim
Vou ditar as escolhas assim
Pior quando elas te escolhem
E sua defesa de destino toma-se